labirinto da dialética da consciência erigida por Hegel. E já no primeiro tópico, onde ele se propõe a analisar a certeza sensível, vemos nosso anfitrião chegando à conclusão de que a consciência comum das pessoas se contradiz ao considerar as coisas sensíveis como um isto que é. Segundo ele, a afirmação de algo se dá no agora, mas, logo que afirmamos, o agora passa e deixa de ser.
“Agora: já deixou de ser enquanto era indicado. O agora que é, é um outro que o indicado. E vemos que o agora é precisamente isto: enquanto é, já não ser mais. O agora, como nos foi indicado, é um que-já-foi – e essa é sua verdade; ele não tem a verdade do ser.” (G. W. Hegel. Fenomenologia do Espírito, p. 79)
Segundo Hegel, nossa consciência visa o ser individual, mas capta algo que ele chama de universal.
“A verdade do isto sensível para a consciência tem de ser uma experiência universal; A certeza sensível não se apossa do verdadeiro, já que a verdade dela é o universal, mas a certeza sensível quer captar o isto.”. (G. W. Hegel. Fenomenologia do Espírito, pp. 81,83)
O puro ser e o nada são, portanto, a mesma coisa.” (G.W. Hegel. Ciência Lógica, p. 40)
Segundo Hegel, o começo da filosofia é o puro ser, sem nenhuma determinação, pois se tivesse alguma determinação, de acordo com ele, não seria o puro ser. Todavia, esse conceito de puro ser, como puro indeterminado, conduz Hegel à afirmação de que, nesse sentido, o puro ser, ou ser absoluto, apresenta-se como nada.
“Todavia, não é nada e tem que vir a ser algo. O começo não é o puro nada, senão um nada do qual tem que surgir algo; logo, o ser também já está contido no começo. O começo contém, consequentemente, ambos: o ser e o nada; é a unidade do ser e do nada; isto é, é um não-ser que ao mesmo tempo é ser, e um ser que ao mesmo tempo é não-ser.“. (G.W. Hegel. Ciência Lógica, p. 37)
Enfim, para Hegel, essa concepção de ser é a base de tudo aquilo que, ao modo dele, possa ser chamado de realidade.
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